terça-feira, 20 de abril de 2010

O que é que nos propõe Carlos Barreira com esta sua exposição?
Com o título de RED&MEIDE BAI CHARLES BARRIÈRE, Carlos Barreira [CB] propõe-nos 10 objectos que, obedecendo a uma comum estratégia, pretendem dar resposta a um desígnio: o de se fazer a escultura como exercício, também, de um pensar irónico. Nessa medida, o nome ou a legenda consignada a cada situação é, por assim dizer, emblemática da natureza da atitude. Nomes como: Pastel de Chaves, Meide ine Xaina, Pé Que Escorrega (vulgo Peclisse), Játá. Nomes, entre outros, que são verdadeiramente enunciados constantes de um jogo que se instala em materiais como o aço, o cobre, o latão, a madeira, e terra inorgânica: escultura em objecto e instalação – verdadeiramente in situ (no interior) da própria escultura. Carlos Barreira propõe-nos, então, uma abordagem aparentemente nova ao objecto escultórico, numa provocada relação e alusão ao ´ready-made´ duchampiano. A ironia, permanente, em aliança com o princípio da (des)contrução, também permanente, do tema e da narrativa, dos lugares comuns e dos nomes das coisas são o pretexto para se pensar, projectar, e fazer, escultura. Em permanente presença de vida que lhe dá substância autobiográfica, facultando despojamento e responsabilidade, inspirando em lirismo e poesia um modo de ser e de estar: pelo rigor construtivo e conceptual, absolutos, permitir-se-á entender uma vertente performativa e lúdica em clara ligação a uma ideia de dinâmica universal.

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