Os “manga” são um marco para a Catarina. Existe um sentimento de conforto e cumplicidade na sua relação com estas imagens. Ela observa as imagens nos seus mais ínfimos detalhes, percorrendo-as com fascínio e envolvendo-se nos seus contrastes, contornos, sombras, tons e cores. A participação na construção dessas imagens torna esta relação mais próxima, é um processo que lhe permite revivê-las mais intensamente e em privado.
Depois desse procedimento, agrada-lhe a relação entre o visível e o não visível, explorando as infinitas possibilidades de interferência e de encobrimento na imagem. É isto que a Catarina quer transmitir. É curioso ver como ela alimenta e procura multiplicar as características de cada cor, ao confrontá-la com a presença de outras. As formas ganham um novo protagonismo e uma nova dimensão.
O trabalho da Catarina resume-se a obstruções a imagens num intuito de transformá-las. Numa gestão entre formas, direcções e cores, o resultado combina lógica e mistério, ritmo e ordem, sobriedade e exuberância.
Gilberto Colaço.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
GABRIEL E GILBERTO COLAÇO: "New Skins"
Num aprimorado método gráfico, lidar com cores é um jogo para Gabriel e Gilberto Colaço. Tanto as pinturas como as instalações de objectos são exploradas numa nova perspectiva, na medida em que as superfícies dos elementos são alteradas, sendo criados novos padrões de cores, novas peles.
As figuras são subtraídas do seu contexto e da sua realidade, remetidas para uma nova dimensão, suportadas por uma justaposição fracturada. Desta forma, a sua segmentação e distorção surgem como uma reinvenção, uma sabotagem que encontra um paralelo nos momentos interrompidos por um filme desgastado.
As secções da figura, que podem apresentar sujeitos, amigos próximos ou objectos invulgares, criam assim fronteiras de trabalho nos quais participa o Gabriel ou o Gilberto. A dois, a intervenção dá-se a um nível tal que se transforma numa interferência, ainda que constantemente dependente de uma aprovação. Este processo de confrontação é sustentado por uma colaboração contínua de ideias e de experiências. O resultado do trabalho deles é acima de tudo o reflexo disso.
Catarina Lira Pereira
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
NAZARÉ ÁLVARES: "Sistemas de observação"
“(…) Nazaré Álvares dialoga com as imagens como se fossem coisas vivas. Recortes de revistas, cartazes, fotografias, tudo ela vai catalogando e pregando pelas paredes do ateliê, como se fossem coisa vivas, com as quais conversa sem palavras. Aquelas imagens vão criando o ambiente. As músicas, as pessoas que vai encontrando, as notícias no jornal, tudo vai contribuindo com a atmosfera interior e de repente alguma coisa se forma em sua alma. Daí parte para a ação mas não é uma coisa simples e direta. A artista vai construindo e decompondo, buscando uma harmonia no caos de imagens e idéias, procurando um equilíbrio sem que saiba exatamente o resultado desejado. O ataque é direto na tela, quase sempre sem esboços e idéias concebidas previamente.
Nazaré nos explica que não aceita os efeitos conseguidos por mero acaso, mesmo que encantadores. Sente-se capaz de destruir esses efeitos em busca da sua própria criação, de resultados advindos de sua luta na organização do caos. Os trabalhos de Nazaré têm uma mistura ao mesmo tempo suave e brutal, delicada e grosseira. Talvez pela escolha dos temas figurativos que fazem parte da composição, máquinas, misturadores, ferramentas, em conjunto com delicados toque que insinuam amor, amor, amor, em todas as suas intermináveis formas. Ela pode ser descrita como um caldeirão fervente onde se misturam todas as emoções humanas. “Pintar é um ato de constante descoberta. Por isso prefiro destruir efeitos bem conseguidos mas alcançados pacificamente, e arriscar algo mais.” Essa disposição mostra a determinação da artista em obter sempre uma inovação, em conseguir sempre uma nova conquista. Não há descanso. “
Por Ronaldo Carneiro Leão – diretamente do Recife, Brasil
Nazaré nos explica que não aceita os efeitos conseguidos por mero acaso, mesmo que encantadores. Sente-se capaz de destruir esses efeitos em busca da sua própria criação, de resultados advindos de sua luta na organização do caos. Os trabalhos de Nazaré têm uma mistura ao mesmo tempo suave e brutal, delicada e grosseira. Talvez pela escolha dos temas figurativos que fazem parte da composição, máquinas, misturadores, ferramentas, em conjunto com delicados toque que insinuam amor, amor, amor, em todas as suas intermináveis formas. Ela pode ser descrita como um caldeirão fervente onde se misturam todas as emoções humanas. “Pintar é um ato de constante descoberta. Por isso prefiro destruir efeitos bem conseguidos mas alcançados pacificamente, e arriscar algo mais.” Essa disposição mostra a determinação da artista em obter sempre uma inovação, em conseguir sempre uma nova conquista. Não há descanso. “
Por Ronaldo Carneiro Leão – diretamente do Recife, Brasil
quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
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