sexta-feira, 16 de novembro de 2007

CATARINA LIRA PEREIRA: "Otome"

Os “manga” são um marco para a Catarina. Existe um sentimento de conforto e cumplicidade na sua relação com estas imagens. Ela observa as imagens nos seus mais ínfimos detalhes, percorrendo-as com fascínio e envolvendo-se nos seus contrastes, contornos, sombras, tons e cores. A participação na construção dessas imagens torna esta relação mais próxima, é um processo que lhe permite revivê-las mais intensamente e em privado.
Depois desse procedimento, agrada-lhe a relação entre o visível e o não visível, explorando as infinitas possibilidades de interferência e de encobrimento na imagem. É isto que a Catarina quer transmitir. É curioso ver como ela alimenta e procura multiplicar as características de cada cor, ao confrontá-la com a presença de outras. As formas ganham um novo protagonismo e uma nova dimensão.
O trabalho da Catarina resume-se a obstruções a imagens num intuito de transformá-las. Numa gestão entre formas, direcções e cores, o resultado combina lógica e mistério, ritmo e ordem, sobriedade e exuberância.

Gilberto Colaço.


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